quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ESTRADA

ESTRADA: VIAGEM DE VENTANIA

Homem: sonhos
E SONHOS NÃO ENVELHECEM

GASES LACRIMOGÊNIOS: CALMOS, CALMOS, CALMOS
E LÁ SE VAI MAIS UM DIA

CONTAR COMPASSO: QUE A CHAMA NÃO TEM PAVIO
TUDO CANÇÃO E O CORAÇÃO NA CURVA... RIO, RIO,RIO...
E LÁ SE VAI MAIS UM DIA

DE RIO DE ASFALTO E GENTE: LADEIRAS ENTORNA, MEIO FIO ENTOPE
E LÁ SE VAI MAIS UM DIA



Retirado da música: Clube da esquina

sábado, 28 de novembro de 2009

SABEDORIA


Hoje quero falar sobre um momento sublime que tocou profundamente minha alma. Hoje eu conheci Cora Coralina. É claro que ela já faz parte das mais belas constelações cósmicas, mas também faz parte de mim, agora.

Não sei como explicar, transmitir em palavras - essas que em sua simplicidade eram tão bem usadas por ela - o que senti.

Como aquela mulher tão profundamente linda, com uma simplicidade ímpar, conseguia ser tão precisa no saber da vida? Eu tenho ultimamente pensado e refletido muito, muito mesmo, sobre a sabedoria e o quanto careço dela. E eis que essa magia chamada viver me presenteia nesse encontro dimensional com tão sútil e imperecível beleza: as palavras, pensamentos e vivências de Cora Coralina.

Ler o artigo de jornal que Carlos Drummond escreveu sobre ela me tocou de forma especial,pois era o reconhecimento, de um ser como ele, tão voltado ao essencial, a alguém até então desconhecido, que vivia entre pedras e terra, fogo e ar fazendo a vida ser o que sempre fora e o que sempre será...sempre bela e acessível; pelo menos aos simples de coração.

Eu me lembro de naquele monento, diante daquela atmosfera de SER, reconhecer que pessoas são feitas de alma, de espírito, de coração e com todos esses itens produzimos poesia: o tempero para o verdadeiro e eterno bem viver. Senti minha alma agradecer naquela hora, assim como sinto agora, por Cora ter existido e por ter transformado em palavras a simplicidade do existir. Nenhum erudito provavelmente conseguiria falar com tamanha profundidade e ao mesm tempo com tamanha delicadeza sobre a vida. Ela podia, ela pôde!

Em seu coerente modo de ser, Cora Coralina transcendeu o ser mulher e na constante presença de seu Ser nos deixou a lição de como ser um Ser Humano, que toca e é tocado por cada palmo de natureza interna e externa, que reconhece em cada grão de areia razão de estarmos onde estamos e de poder daí reconhecermos o nosso estado de Seres Unos, com a obrigação de apenas vivermos em paz e harmonia, colhendo da terra somente o necessário para nos esgueirarmos à luz e à sombra de que somos feitos.

Sei que a partir de agora minha reflexões sobre a sabedoria terão referência pura e boa, com pitadas de simplicidade e tempero de poesia. Graças a você CORA CORALINA.

Cora Coralina

Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

Cora Coralina

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Literatura (amando)

Estou me maravilhando com boa literatura ultimamente. Tenho sentido muita vontade de ler, ler e ler. Minha suposta hiperatividade por vezes não me permite ficar muito tempo sentada lendo, mas quando me toca a leitura, viajo numa imensidão atemporal, onde só a continuação me interessa.
Estou me deliciando com essa minha fase - que espero seja mais que uma fase - me deixando ler os grandes autores numa escolha "energética": o livro me chama, o autor me convoca à leitura. Hehehe, fazia tempo que não me entregava a esse prazer incomensurável.

Recomendo um livro excelente que está me enchendo intelectualmente e me fascinando com a inteligência de um ganhador do Nobel: Hermann Hesse em O Lobo da Estepe.

Procurarei sempre trazer um pouquinho dessas visitas às fontes criativas e rejuvenescedoras da literatura.

sábado, 24 de outubro de 2009

FoI Deus que fez Você

Essa música tem um letra muito bonitinha e exprime poeticamente o que penso sobre Deus.
Compositor: Desconhecido


FOI DEUS QUEM FEZ O CÉU,O RANCHO DAS ESTRELAS
FEZ TAMBÉM O SERESTEIRO PARA CONVERSAR COM ELAS
FEZ A LUA QUE PRATEIA A MINHA ESTRADA DE SORRISOS
E A SERPENTE QUE EXPULSOU MAIS DE UM MILHÃO DO PARAÍSO
FOI...

FOI DEUS QUEM FEZ VOCÊ
FOI DEUS QUEM FEZ O AMOR
FEZ NASCER A ETERNIDADE NUM MOMENTO DE CARINHO
FEZ ATÉ O ANONIMATO DOS AFETOS ESCONDIDOS
E A SAUDADE DOS AMORES QUE JÁ FORAM DESTRUÍDOS
FOI DEUS!

FOI DEUS QUEM FEZ O VENTO
QUE SOPRA OS TEUS CABELOS
FOI DEUS QUEM FEZ O ORVALHO
QUE MOLHA O TEU OLHAR, TEU OLHAR

FOI DEUS QUEM FEZ A NOITE
E UM VIOLÃO PLANGENTE
FOI DEUS QUEM FEZ A GENTE
SOMENTE PARA AMAR
SÓ PARA AMAR

SÓ PARA AMAR!

domingo, 20 de setembro de 2009

Ausência (minha?)

A ausência traz um certo conforto: o de saber que coisas acontecem no mundo e que movimentos são inerentes ao viver. Portanto, vivamos a ausência, pois ela preenche, quer queiramos quer não.

domingo, 23 de agosto de 2009

DIVAGAÇÕES

Tenho estado preocupada com a mente humana. Não entendo como o ser humano é capaz de destruir a própria morada, sem nem perceber que é ele mesmo o maior afetado.
Preocupo-me também com cabeças vazias de amor, de consciência, porém cheias de ambição, um futuro melhor pra si com carro pra andar e materialismo degradante. Estou farta de tanta ignorância...
Tenho pensado no que eu posso fazer... sinto minha impotência, mas sei que o aparente pouco que me cabe é muito.
Minha vocação é fazer o ser humano olhar pra si e ver sua potencialidade, sentir a compaixão, trabalhar a empatia, transcender a matéria e viver e disseminar o amor. Parece pouco, mas sei que minha parte é grande e faz muita diferença. Nasci para isso e é isso que faço, mas ainda sinto que é tão pouco perto do que sinto quando constato essa autodestruição coletiva. Chego a chorar!
Tenho me sensibilizado muito ultimamente. Algo em mim quer falar, quer saltar, quer fazer, mas ainda não encontrou a forma...
Muito tem estado assim dentro de mim... reticente, mas com acenos de inicitaivas iminentes. Sim, eu sei, logo vem aquela energia de criança adulta que faz sem medo e alcança.
O mundo não é isso! A natureza reinará sempre, quer o ser humano queira ou não.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Michael pra mim


Michael Jackson sempre foi um ídolo pra mim.
Nunca achei que as situações polêmicas de sua vida abafassem seu brilho.
Ser um gênio é muitas vezes não ser igual aos outros, é ser um excêntrico malcompreendido.
E eu sempre vi o Michael como um gênio. Por mais que me digam que era a indústria por trás dele que fazia tudo, não acredito nisso. As ideias eram dele, a palavra final era dele. Ver aquele homem dançar era encher os olhos de alegria: como dançava aquele neguinho!!! Aquela vozinha suave, cantando rápido, aquelas composições lindas... é difícil não reverenciar letras e melodias como HEAL THE WORLD (composta por Michael); MAN IN THE MIRROR (uau! uma de minha favoritas).
Mas existe uma música que sempre que ouço tenho vontade de chorar: MUSIC AND ME.
Puxa! Não dá pra negar que Michael nasceu talentoso, nasceu para encantar, para alegrar corações. E ele foi abençoado por ter o dom de saber usar uma das coisas mais belas do universo: a música.
As músicas de Michael sempre estiveram em meu iPod, em meus arquivos de música. Tenho sua discografia completa pós Jackson 5. E poucos dias antes de ele morrer eu revisitava sua voz cotidianamente. Até já escrevi sobre Michael ano passo, aqui neste blog. Eu era, sou fã.
Lembro-me como hoje, da molecada aqui da minha rua dançando como Michael, naquela época gloriosa do lançamento de Thriller. Nossa! Eu tinha 10, 12 anos. Eu sei muito bem o que esse homem representava, era uma mania: todos se vestiam igual, compravam jaquetas, compravam botons, faziam os passinhos de break, hehe (até eu cheguei a tentar). Era muito bom! Foi muito bom crescer ouvindo Michael e ter podido participar dessa época de ascensão deste ícone da música.
Além de tudo, não posso deixar de falar, que sempre tive claro que o coração de Michael Jackson era bom, uma alma boa; uma mente atormentada, é verdade, mas que não impedia seu coração lindo de continuar batendo no ritmo do amor.
Ontem fui fã inveterada e assisti até o fim à sua despedida pela tv . Chorei em alguns momentos e agradeci por sua existência.

Tenho certeza que Deus está contente por enfim você poder descansar. Sua passagem pela Terra deixou marcas indeléveis, assim como dentro de mim. Obrigada!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

PARTÍCULAS

O que são partículas?

Como vibram?

O que representam?

Por que existem?

Elas são responsãveis pelos padrões de percepção?

As partículas existem independentes de nós?

O que elas nos causam?

NÃO SE ENGANEM... "LÁ FORA", NADA MAIS HÁ DO QUE PARTÍCULAS; CONTUDO, SÃO EXATAMENTE ESSAS PARTÍCULAS QUE NÃO CONSEGUIMOS ENXERGAR DE VERDADE. TODA NOSSA PERCEPÇÃO DEPENDE DELAS, AINDA ASSIM NÃO AS VEMOS. CONTINUAMOS ACREDITANDO QUE AS IMAGENS COMPLEXAS DE NOSSA CONSCIÊNCIA, REUNIDAS COM BASE NOS DADOS ORIGINAS DAS PARTÍCULAS, EXISTEM DE FATO INDEPENDENTEMENTE DE NÓS. HAHAHAHA, COMO SOMOS "PASSADOS", SERES QUE SE AUTOENGANAM TÃO FACILMENTE. NÃO ENXERGAMOS NUNCA O QUE DE FATO ESTÁ POR TRÁS DA CHAMADA REALIDADE. NÓS A CRIAMOS BASEADOS NAS VIBRAÇÕES DAS PARTÍCULAS E NO NOSSO APARATO NEUROLÓGICO. E AINDA ASSIM USAMOS COMO MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DA NATUREZA, DOS FENÔMENOS, UM EMPIRISMO FALHO, TENDENCIOSO, A SERVIÇO UNICAMENTE DA OBJETIVIDADE E QUE SEQUER LEVA EM CONSIDERÇÃO TODO O COMPLEXO ACIMA MENCIONADO, PARA QUESTIONAR A VERACIDADE DE SUAS CONCLUSÕES.

Todo fenômeno observado depende sempre de quem o observa, como observa, em que momento observa. Bem mais completo, não???

ENTRE LOGO EM VIGOR, NOVO PARADIGMA!!!!

domingo, 21 de junho de 2009

" VIVER SEM TEMPOS MORTOS "


Fernanda,

muito obrigada pela maravilha que é sentir sua alma durante tão tocante e perfeita interpretação. Voltar ao existencialismo foi como reviver a época de gozos intelectuais que vivi quando estudei Filosofia. Sinto que este caminho me chama e algo em mim clama por continuar minha caminhada pela mãe do conhecimento.

Agradeço também por mais uma vez ser privilegiada em ser tocada por tão sublime performance, da melhor atriz brasileira, sem nenhuma dúvida. Primeiro com o texto do maravilhoso Samuel Beckett (que eu simplesmente amo), e agora com as correspondências de Simome de Beauvoir para Sartre. Mágico! Eu desejei durante poucos segundos poder tornar o tempo mais lento para sentir no mais profundo de mim aquele momento, aquelas palavras, aquela vida interpretada, e aquela estupenda atriz.

Simplesmente, foi TUDO!

terça-feira, 16 de junho de 2009

MOMENTO REVERÊNCIA

Eu aprendi certa vez sobre saber reconhecer e reverenciar algum momento de meu dia.
Este momento é sempre aquele a que damos menos importância, que nos passa desapercebido, mas que num átimo captura o mais delicado e pleno em nós.

Por isso a partir de hoje, neste blog, chamarei este momento, que todos os dias me toca, de MOMENTO REVERÊNCIA

Hoje, 16 de junho, meu MOMENTO REVERÊNCIA aconteceu pela manhã quando fui buscar minha mãe na feira sem que ela soubesse. Cheguei com passos rápidos - para não perdê-la de vista - e silenciosamente aguardava seu sinal de ter me perdoado pelas asneiras proferidas por mim no dia anterior. Não sei se o perdão de fato aconteceria, pois minha insolência foi capaz de me fazer dormir chateada (e penso que a ela também). Mas eis que mamãe me avista e abre aquele sorriso de extrema surpresa por ver sua filha fazer-lhe um carinho simples. Nada, confesso que nada durante todo o dia me foi mais gratificante e valoroso do que aqueles sorriso e abraço de amor puro e único.

Sou feliz!

domingo, 14 de junho de 2009

Você me traz conforto
Me traz consolo
Me traz afeto
Me traz vida!

Sinto passos possíveis contigo ao meu lado
Sinto o acordo de estarmos caminhando...
Sinto as profundezas de nossos interiores
Sinto a maravilha do processo de conhecer

Hoje sei: agora é o que importa
Hoje danço: uma dança pós qualquer
Hoje Sinto: medo pra quê?
Hoje queremos: você e eu

Esqueçamos passados
Vivamos presentes
Esqueçamos mágoas
Vivamos amores

terça-feira, 19 de maio de 2009

SER PURO


Ser puro.
Que mal há nisso?
Ainda existem pessoas puras?
Sim, existem. Todos têm a pureza interior guardada, reservada para algum minuto de escape do sistema, do condicionamento.
E por que será que essas mesmas pessoas insistem em não acreditar (racionalmente) que a pureza não existe mais, ou que ela é sinônimo de ingenuidade, e em sendo de fato assim, ainda acham que continua sendo impossível alguém atuar com pureza?

A pureza provem da criança existente em cada ser humano, a criança livre: não contaminada por filosofias, sistemas educacionais viciantes e obnubilantes, repressores, construtores de mentes e não de corações.
A pureza está aí, dentro de você, pulsante, mas creio que já miúda, com vergonha de ser discriminada pelo seu próprio dono.

Ainda acho que ser puro é possível nas cidades de concreto que se erguem; nas pessoas que estão condicionadas a olharem somente pra si mesmas, mas sem se verem, pois se ao menos o contrário acontecesse... nos idosos que libertam suas aprisionadas crianças feridas interiores; nas crianças que cá chegam para nos mostrar a Consciência como formato de novo mundo e de "velho" Ser; nas atitudes maternas sempre ternas; nas atitudes paternas cada vez mais maternas; e enfim naquele sempre acessível e disponível lugar: a natureza.

Claro que em meio a estudos filosóficos, teorias psicanalíticas, leis limitadoras, sociedades alienantes, academias bitolantes, ciências atéias, religiões obsessivantes e - não podemos nos esquecer - sistemas econômicos a serviço do Ter, jamais, repito,jamais, poderia a pureza ser proliferada como um odor suave e inebriante que preenchesse cada narina e cada pulmão com a mais tênue lembrança do que de fato em sua origem o ser humano É.

Podem me chamar de deslumbrada (e saibam que já fui "acusada" disso), de idealista, de lunática e sem fundamentos, do que for, que eu ainda ergo (como boa caçadora de seres em sua humanidade) minha flâmula de defensora e protetora da pureza humana.


Eu sim, sinto minha pureza e reconheço que não faço muito para mascará-la. Eu a quero, por mais que me rotulem, por mais que eu não encaixe no sistema, por mais que me digam para ser o oposto do que venho sendo. A pureza que dentro de mim está e sempre esteve, atua, age, se mostra, é corajosa e não me deixa não Ser.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Perdoe-me

Por ter-lhe causado confusão
Por ser arrogante quando desnecessário
Por querer ser verdadeira, e sem querer te ferir
Por estar indecisa, irritável e sensível.
Por ter sido impaciente, em alguns momentos até impertinente.
Por não ter certeza de meu querer
Por saber que embora seja o melhor para o agora, ainda sim minha decisão te machuca.
Por não saber fazer soar suave as palavras por mim proferidas

Enfim...

Perdão!

domingo, 26 de abril de 2009

Em São Paulo


São Paulo me encata com seus cantos e cantos (sons e lugares).

Passar despretenciosamente por um shopping, somente para um encontro fora dali, e de repente, eis que me pego em meio a um show de MPB com Fernanda Porto e Toni Garrido.

Ir atrás de uma antiga, singela casa, construída no século XVII, tão perdida em meio a outras casas da modernidade, com ares de lugar pacato, com ruas estreitas e descongestionadas. Sim... um lugar especial... uma casa, singela casa, Patrimônio histórico, tombada no século passado. E quem diria, eu... fui lá. Sabe quantos visitantes tinham??? eu e minha amiga. Hahahahaha. A recepção??? maravilhosa. Era como se fossemos as visitas que possivelmente o cordial povo morador de séculos atrás recebia com a alma aberta e o sorriso largo.

Isso é São Paulo... supreendente... de gente calorosa, pronta pra te ouvir, te guiar, te abraçar e te ensinar.

Lá de Minas eu pensava o contrário. A Mídia nos transmitia e ainda transmite que São Paulo é violenta, é gigantesca, com pessoas indiferentes e atormentadas pelos frequentes golpes, assaltos, trabalhos excessivos e exaustivos, pela demora do e no trânsito, e mais outras tantas...
Mas agora que aqui estou, vejo o outro lado não mostrado, não acalentado, pois não querem mais gente integrando milhões em espaços tão já apertados, tão caros, tão disputados. Não mostram a cordialidade nas ruas; a facilidade em conversar com um estranho e ser bem atendido;a licença que é sempre pedida e escutada ao se sentir alguém sentando ao nosso lado no ônibus coletivo; os amigos que sempre vêm nos buscar e trazer de carro em casa mesmo com as distâncias largas; a vontade de sempre saber como o outro está e se ele precisa de alguma ajuda; os teatros, shows, eventos de graça; os SESCs; o charme da diversidade da arquitetura, das pessoas; a multiplicidade de lugares, de culturas; o sincretismo ao menor lance de olhar; um passeio em uma zona e a leve sensação de terra estrangeira.

Isso e mais um pouco é São Paulo.

Aqui, em meio a 17 milhões de habitantes é possível encontrar a pessoa mais imporvável no lugar mais igualmente improvável. Um mundo grande, enorme, preenchido por mundos pequenos, submundos, mundos particulares. O micro fazendo a diferença no macro. Aqui não existe o "igual"; existe a autenticidade na multiplicidade.. e que você a tenha, pois senão será difícil ser visto e se adaptar a este lugar que exige, que pede, que não permite estar parado, sem ação. Aqui o tempo é lei, o dinheiro é a necessidade da hora... tê-lo beira obrigação. Claro que em qualquer lugar capitalista é assim, mas aqui essa "obrigação" é multiplicada.

Entre os vários pontos dicotômicos existentes em São Paulo, prefiro ficar com o calor do Humano que aqui ferve, em amplos sentidos, desde as evidências da sombra - lado mostrado e explorado pela Mídia - até a essência pura, simples, plena de luz e transparência das ações e condutas de muitos paulistanos e intitulados paulistanos - que obviamente não aparece no programa de televisão.

Penso que chorar num parque magnífico ao som de uma orquestra sinfônica tocando Carmina Burana deveria ser privilégio de todas as pessoas, mas não; poucos têm acesso a tal evento. Em São Paulo é possível vivermos isso e muito mais.

Não tenham medo de São Paulo... aqui é o lugar dos opostos, da humanidade em seus acordes desacordados, mas que sempre produzem sons típicos de quem busca em meio ao caos aquela tão desejada, esperada e perfeitamente possível paz!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Apenas para constar

Momentos... sensações... lembranças.
Volta, por que será?
O que é isso que volta?
Será amor?
Por que justo agora quero racionalizar sobre ele???
Apenas posso me perguntar, e me deixar sem respostas, pois elas não precisam ser dadas.
A "possível" imagem de sua silhueta frente aos meus olhos já abre um palpitar outrora sentido.
Não é possível... mas é possível!
Por agora fico entre: amar você? ou amar o amor que senti por você?
Me confundo...quem será o objeto?
O fato é que não importa...
"Águas passadas não movem moinhos".

sexta-feira, 13 de março de 2009

Violência mascarada

Violência

Por esses dias tem me vindo essa palavra, essa cena e as diferentes alterações de realidades que ela causa. Geralmente pensamos e nos pasmamos com as consequências da violência externa, aquela que nos atinge, que nos pega desprevenidos. Mas e aquela que nós mesmos praticamos? Ressalto a violência que nos auto infligimos: quando nos trancamos num quarto escuro, com pouca passagem da luz, envoltos em pensamentos repetitivos e auto-destrutivos; ou mesmo quando carregamos uma culpa silenciosa por atos cotidianos que praticamos cegamente e cujas consequências mais tarde nos mostram o desatino "aceitável" que nos aplicávamos e implicávamos em outrem. Dores profundas, cavernosas, cheias de veias pulsantes e prestes a estourar ao menor sinal de desconforto no encontro. É! É a tal violência que nos aplicamos. Como tenho visto pessoas fazerem isso consigo mesmas. Eu já sei o que faço comigo, mas não chego ao fundo de me trancar em claustros voluntários, vitimando-me e me confirmando nada conseguir fazer para mudar a situação. Ah, isso é o que eu chamo de autoflagelação pós-moderna. Nem mesmo uma depressão maior pode levar uma pessoa a tal escolha consciente. Só mesmo uma mente muito perturbada, um ego mal trabalhado e frágil (porém, não psicótico) ou uma compra autêntica de papel de vítima podem causar algo tão cênico.
Se quiserem se matar aos poucos, fumem bastante, bebam muito, usem drogas em doses homeopáticas e transem muito sem camisinha. Mas pelo menos assim vão viver enquanto estão morrendo. Agora do outro jeito, supracitado, ah não, é muito desprezo pela beleza da vida, mesmo em seu auge de dor de desamor... é matar a poesia do sofrimento.
Pessoas, batam logo em seus filhos, mas não lhes deem beijos logo depois, pois assim vocês vão, daí um tempo, se autoflagelarem no esquecimento de suas ações desatinadas e desmesuradas, praticadas com toques de disfarce de amor após a fúria da raiva. Ou então, se joguem logo de uma ponte e não gastem o vocabulário do atendente do CVV, coitado! Pelo menos ele pode ser feliz!

Agora, se querem ajuda de fato, aceitem-na e se proponham abrir os olhos e ver a realidade chamada impermanência, mudança. Nada fica como agora está, tudo muda! Saiam, portanto, das fracas cenas de autodesprezo e pseudo fraquezas, sejam autênticos. Peçam ajuda! Pois o bom doente é aquele que sabe que está morrendo e nem que seja num quase último momento, pede misericórdia.

Ah, e depois não venham com esse papinho de que não estão bem para estarem com outros. Ninguém é uma ilha, precisamos do outro constantemente. Se querem negar a presença do outro, que seja desse OUTRO VOCÊ, que lhes imprime ao rosto mascáras de papel de seda para aceitarmos não ajudá-los com receio de desmanchar o feitio.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ironias de vida

Acho que todos nós sabemos por que os suicidas realizam seu tão desejado ato.
Quem de nós nunca pensou em "dar cabo" de sua prória vida levanta a mão?
hummmmmmmm, no horizonte de cá não vi nenhuma mão estendida, hahahaha.
É, pois vejam. Nunca falem mal dos "pobres coitados fracos" - não é assim que comentam? - pois você já pode ter tido os mesmos desejos que estes seres e não ter tido a mesma coragem para tal.
Dizem que do lado de lá, a coisa é bem pior para os que forçam " a passagem" do que para os que se lamentam de estarem desse lado de cá penando cotidianamente. Bem, eu confesso que já pensei em me matar algumas vezes, e quando a ira toma conta de mim, e de quem não toma?, esse pensamentozinho macabro sutilmente pisca. Aha, mas eu não o ouço, e é justamente nessa hora que penso em tudo que amo e em todo amor que recebo.
Um dos grandes testes para um terapeuta aparece quando o paciente é um potencial suicida, ou um suicida que nem sabe que já é.
Penso nessas horas: como posso eu querer reverter a mente de um ser decidido a se matar se eu mesma já pensei em fazê-lo? Pode parecer contraditório, mas é por isso que amo Heráclito. Não devemos nunca nos esquecer que a vida é a eterna luta ou convivência dos contrários. Portanto, ter sido um dia um "projeto" de suicida não me anula de ser também um dia uma manifestante contrária a essa postura.
A verdade é que ninguém está imune a este tipo de pensamentos e que portanto não devemos julgar os que chegam ao ato da questão. Somos todos iguais nas profundezas de nossos infernos pessoais: sofremos, choramos, desejamos morrer, matar, destruir, e evidenciar o fulgor do oposto a tudo isso.
No grande teste do livre-arbítrio, desde que aqui chegamos e estamos para habitar esse planeta, passamos todos os dias pela gangorra das emoções e das escolhas. E somos nós quem escolhemos; isso mesmo, nós! Não é Deus não, ele nos deu a liberdade de escolher e de sermos responsáveis por tais escolhas.
Se você quer se matar, eu vou te mostrar as desvantagens de sua escolha; se eu quero me matar, algo em mim me mostra e me impede de aceitar consequências tão catastróficas para o Todo que me cerca. Mas enfim... a escolha é sempre nossa, nada nem ninguém nos impede.
O Homem é o único animal que se mata, e em alguns momentos se mata pela honra. Será que se matar pela honra é diferente? Que me digam os samurais. Mas essa é uma outra história.
Eu só sei que depois de um dia tão encardido e fudido, sabe que nem pensei em me matar, hahahaha, (virando a boca pra lá); apenas pensei no papel de algumas pessoas em tentar me mostrar o outro lado dos acontecimentos que vivi. Estas foram terapeutas.
Hahahahhahaha, ainda bem que sou humana!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Um escrito

Há um espaço assim... dentro de mim. Parece um ardor de chama ininterrupta que arde desde que sou jovem.

Nem mesmo os corações pelos quais pulsei, e pelos quais fui correspondida, eu hoje consigo sentir como uma realidade real, de dar vontade de reviver.

Algo se instalou já faz tempo, e me perturba, principalmente nos últimos anos. Será dor de adulto que não cicatriza feridas por já ter sofrido demais? Não encontro respostas. Mas sei que não quero este algo a me perturbar mais.

Tenho tido muitos insights ultimamente, e quão perfeitos e harmônicos racionais-emocionais são. Eles têm sido um alívio e prenúncio de uma ação para a mudança. Mas de repente sinto aquela sensação fantasma querendo me percorrer novamente, mas luto, e luto.

Não é mais para preencher, e sim sair dessa busca incessante que me consome e só agora percebo quão grande e importante eu a tornei.

Preciso mudar imediatamente de pensamentos, de atitudes; resgatar minha leveza de criança ...

hum, fui interrompida....

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PENSAMENTOS/SENTIMENTOS EM CÍRCULO

Não é por não te querer
Mas sim por não saber se me queres...
Eu fico:

quieta
inquieta
cheia de esperanças
confusa
buscando forças
me revitalizando
querendo alguém
desistindo logo em seguida
me paralizando,
divagando
suspirando baixinho
lembrando do que foi
torcendo para ser
orando
enviando energias
tocando-te etericamente...

e aí então percebo:

minha força
meu centro
meu amor
minhas dúvidas
o padrão
o encontro
a providência.

Se eu te tenho, deixe-me assumir o que foi "conquistado".
Se não tenho, você mentiu
E em mentindo, me afasto de você.

Ainda estou aqui
Não sei dizer até quando...
Só não quero constatar que este tenha sido um amor inventado.
Quero que o vento que o trouxe, e o levou, traga-o de volta. Para aí então, só o vento ir, e você ficar.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

KARMA


Até quando vou ficar nesse mundo de queimação de karmas?
Fiz muito mal, eu sei.
Mas nessa só pratico o bem, e a minha maior penitência é a incompreensão.
Ainda escolhi vir nessa encarnação como pisciana com ascendente em câncer, aff!
É muita água, muita sensibilidade, muita dor, muita espera, muita profundidade, é muito MUITO. Oxalá eu fosse menos intensa!

E agora sei desse novo karma, e sinto que não acabou, que a roda lhe trará.
O duro é esperar. É!!! Vai ver é pra eu aprender!
Puxa, eu podia ter complicado menos minhas vidas anteriores né, mas não, fui querer brincar de poderosa e acabei me lascando. Agora é a nova roupagem em tom de Flávia quem paga o pato! Hahahaha! Vamos rir pra não pensarmos besteira.

O fato é que agora você está aí e eu aqui; enquanto "nós" não estamos em lugar nenhum, apenas vagando na imensidão das possibilidades.

Vou espiar pela janela para tentar vislumbrar qual a próxima peça dessa sansara pessoal.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

"Caiam mil ao teu lado
e dez mil à tua direita;
a ti nada atingirá"

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

CONTATO

Quero apenas registar essa semana como a semana dos confrontos espirituais. Certamente não sou a mesma depois de viver os acontecimentos de 24/01 a 30/01 de 2009
Nenhuma Torre Gêmea ruiu, nenhum metrô foi vítima de ataques terroristas, apenas vivi experiências fortes, reais, vívidas, dolorosas, inacreditáveis e difíceis.

Visitei fronteiras e de lá voltei um pouco assustada e ainda tentando entender o que de fato aconteceu.


Mestres de luz, amor, paz e muita força interior! Deus! ESTEJAM SEMPRE COMIGO!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

ESPERA

Não sei se choro, se me acalmo, ou se me entrego à vida dos desejos mundanos.
Não sei por que fui aparecer logo agora em sua vida, pois diante de tantos acontecimentos, pareço não caber.
Não sei como segurar minha ansiedade diante de tantos espaços vazios com esperas que torço para serem frutíferas.
Não sei nomear esse sentir tão intuitivo de que é você a me contemplar.
Não sei se é recíproco.
Não sei quais janelas, portas, acessos recorrer para ao menos ver o interior da sua casa.
Não sei fazer, não sei não fazer.
Não sei onde vai dar, se der.
Não sei o que pensas; sei apenas que me quer.

Diante de tantos não saberes apenas um saber se pronuncia com marcante presença: o de que a espera é a única saída para ir a algum lugar com você.