quarta-feira, 2 de abril de 2008

Da Janela


Da janela

Vejo ela: a cidade.

Olho através dela, não vejo o concreto.

Vejo além, muito além.

Ruas com e sem saída, saídas dos seres andantes e pensantes

Muitos sem norte, com cortes profundos e feridas abertas.

Mas mesmo assim, da janela ouço o silêncio, que por incrível que pareça, vem da Avenida Paulista.

De repente esta visão me fez perceber que somos tão tolos e ficamos horas, dias, meses, vidas, olhando sempre para os mesmos aspectos, do mesmo ângulo; e perdemos o lance criativo de experimentar num simples movimento as milhares possibilidades de encontrarmos sentido para o que já achávamos banal.

Do meu universo humanístico e holístico vejo que pouco é muito para me deslumbrar!

E como uma janela pôde por tão pouco me contemplar com visões, conclusões tão acalentadoras.


Abençoada janelinha! Reacendeu a chama!

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