
Da janela
Vejo ela: a cidade.
Olho através dela, não vejo o concreto.
Vejo além, muito além.
Ruas com e sem saída, saídas dos seres andantes e pensantes
Muitos sem norte, com cortes profundos e feridas abertas.
Mas mesmo assim, da janela ouço o silêncio, que por incrível que pareça, vem da Avenida Paulista.
De repente esta visão me fez perceber que somos tão tolos e ficamos horas, dias, meses, vidas, olhando sempre para os mesmos aspectos, do mesmo ângulo; e perdemos o lance criativo de experimentar num simples movimento as milhares possibilidades de encontrarmos sentido para o que já achávamos banal.
Do meu universo humanístico e holístico vejo que pouco é muito para me deslumbrar!
E como uma janela pôde por tão pouco me contemplar com visões, conclusões tão acalentadoras.
Abençoada janelinha! Reacendeu a chama!
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