terça-feira, 8 de abril de 2008

CASA DE MÃE


Há um bom tempo vivi com uma pessoa que dizia que a casa da minha mãe não era a minha casa. Eu queria acreditar por um tempo que aquilo era de fato verdade, pois estava eu em busca de minha "independência". Entretanto, quando ouvia tais palavras de uma boca alheia, aquilo soava como uma afronta. Afinal, eu sempre amei minha família e nunca tive problemas em conviver com eles - claro que em alguns momentos foi difícil, mas nunca ao ponto de querer "escapar, fugir" deles como incosncientemente se configurava para a outra pessoa em seu contexto familiar. Eu comprei por um tempo essa idéia (de que realmente a casa de minha mãe não era minha), mas no fundo algo me doía quando pensava assim.

Com o tempo deixei de viver com essa pessoa e voltei aos braços abertos de minha mãe. Percebi claramente que o que meu interior me dizia devia sempre ter sido ouvido, mas fui rebelde e não me escutei.

Há poucos dias conheci outra pessoa que mora longe da mãe, e ao contrário do que dizia a pessoa anterior, essa proclamou: "a casa de minha mãe sempre será a minha casa". Nooossa! Eu amei ouvir isso! Pois hoje tenho a plena certeza de que a casa de minha mãe nunca deixou de ser minha casa, e na verdade sempre será; esteja eu perto, dentro dela ou milhas distante.


É sempre bom aprender com as diferentes pessoas que passam por nossa vida. Com algumas aprendemos a desaprender, com outras a reaprender, e é claro, com todas elas sempre aprendemos a aprender. Essa é a mágica do estar com.


Entre essas várias aprendizagens, conclui que a casa de mamãe é meu porto seguro e agradeço por ele e ela existirem.

Revendo toda minha passada "rebeldia" penso que foi bom ter pensando o contrário um dia, pois o reaquecimento do sentimento e da inigualável sensação de ser amado e ter um lar ao qual sempre poderemos recorrer quando for preciso voltar, é a certificação de que a maturidade é viva, ativa e conscientemente não nos deixa fazer outra coisa a não ser crescer.






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