quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

DIVAGAÇÕES PRÉ-CAMBRIANAS

Para quem escrevo, quando escrevo?
Quem é você que entra neste blog e me lê, lendo o que escrevo?
Por que as palavras não fluem mais nas naus pensamentosféricas habitantes de mim?
Quais os caminhos mais precisos para provocarem o gozo autêntico de um desejo calado, sufocado, porém tão por mim acalentado? Este mesmo: escrever?
O que acontece que não vai adiante? Para no primeiro auto-impulso?

Ah, se eu soubesse desses tantos caracteres interrogativos sobre, de, para mim mesma...
Sempre achei as perguntas mais interessantes que as respostas, e prefiro me deliciar no êxtase de continuar à procura das últimas, sem querer muitas vezes abortar o gozo do encontro com o possível, o imaginável, o se...
É! Sou a senhora pergunta. Para alguns poucos, muito poucos amigos, sou a mocinha "por quê". Por que isso, por que aquilo... blá, blá...

As perguntas me alimentam, por isso muitas vezes o retardamento do gozo é providencial: me leva à perdição dos sabores do que imaginava ser, do que está sendo e do tão esperado, mas ainda não degustado, gosto do fim, do encontro, do encaixe, da entrega, do fundir, ou, para muitos, da morte.

Quando o desejo tão aguardado e desejado é realizado, deixa de ser desejo e passa a ser de outra ordem. Talvez seja por isso que muitas pessoas não se entreguem ao amor, e passem suas vidas inteiras somente desejando desejos, mas não desejando realizá-los.

Quando realizamos o que tanto queríamos, ansiávamos, o que resta a fazer, o que resta a desejar?
Será que a resposta pra essa pergunta está lá, lá onde Buda chegou, Jesus transitou, Krishna se encontrou?
Ou será que precisamos chegar nesse "lá" pra vermos que é o "cá" que de fato nos move e nos leva a viver?

Não sei se prefiro o som ao silêncio, ou se prefiro o preto ao branco, ou se prefiro a vida à morte. As facetas parecem tão misturadas, tão unas que já nem sei como conseguimos denominá-las diferentemente.

Mas como sempre volto às perguntas, pois como disse, estas me movem...

E agora, o hoje é aquele velho conhecido que te possibilitou estar aqui e você nem notava. Por que será?
Por que desejar torto o que tão reto lhe aparece?
E o pior: por que fazer pouco quando tão muito lhe apetece?

Sabe, Flávia, a Renata lhe diz um pouco assim: VIVA, BRINQUE, RECONSIDERE, RELEVE, ACOLHA, VALORIZE, RENASÇA E ao longo do percurso aproveite para SER e assim, vá SENDO: a Flávia Renata.

Nenhum comentário: